sábado, 2 de novembro de 2013

Minha Continuação: O homem cuja orelha cresceu

Oi gente! Essa  é a minha continuação do texto o homem cuja orelha cresceu.

Estava escrevendo, sentiu a orelha pesada. Pensou que fosse cansaço, eram 11 da noite, estava fazendo hora-extra. Escriturário de uma firma de tecidos, solteiro, 35 anos, ganhava pouco, reforçava com extras. Mas o peso foi aumentando e ele percebeu que as orelhas cresciam. Apavorado, passou a mão. Deviam ter uns dez centímetros. Eram moles, como de cachorro. Correu ao banheiro. As orelhas estavam na altura do ombro e continuavam crescendo. Ficou só olhando. Elas cresciam, chegavam a cintura. Finas, compridas, como fitas de carne, enrugadas. Procurou uma tesoura, ia cortar a orelha, não importava que doesse. Mas não encontrou, as gavetas das moças estavam fechadas. O armário de material também. O melhor era correr para a pensão, se fechar, antes que não pudesse mais andar na rua. Se tivesse um amigo, ou namorada, iria mostrar o que estava acontecendo. Mas o escriturário não conhecia ninguém a não ser os colegas de escritório. Colegas, não amigos. Ele abriu a camisa, enfiou as orelhas para dentro. Enrolou uma toalha na cabeça, como se estivesse machucado.
Quando chegou na pensão, a orelha saia pela perna da calça. O escriturário tirou a roupa. Deitou-se, louco para dormir e esquecer. E se fosse ao médico? Um otorrinolaringologista. A esta hora da noite? Olhava o forro branco. Incapaz de pensar, dormiu de desespero.
Minha continuação:
   Quando acordou, percebeu que, a noite, as orelhas cresceram tanto que ja lotavam o quarto inteiro e invadiram o corredor que separava os comodos da pensão.
   Dias se passaram e as orelhas continuaram a crescer. Por sorte, os outros moradores da pensão foram viajar. O homem ficou desesperado e chamou um médico para ver o que estava acontecendo. O Doutor chegou a desmaiar, mas logo acordou. Pelo que o homem conseguiu entender, pois o Doutor falava babulciando, ele tinha um destúrbio de crescimento na orelha, pois, o homem era baixinho e, o que era para crescer de altura, cresceu de orelha. O médico o aconselhou a aceitar o fato do crescimento da orelha, o que ele já havia feito, e pensasse no que fazer. O médico foi embora e o homem continuava a pensar.
   De noite, assistindo ao noticiário, viu como eram poucos os doadores de pele para a guerra que estava ocorrendo entre os Estados Unidos e a União Soviética. Na hora soube o que fazer com aquelas tiras de pele que cresciam desenfreadamente ao lado de seu rosto.
  De manhã, foi ao hospital, de cabeça erguida, arrastando, agora, os 70 metros de orelha e procurou a enfermeira.
  -- Onde posso doar pele?
   Toda apavorada respondeu babulciando:
  -- Me acompanhe, senhor.
   Doou pele. Muita pele. Muuuita pele mesmo e, as orelhas continuavam a crescer, até que o médico disse que não tinha mais onde estocar e distribuiu entre outras cidades.
  Dali, o escriturário, que morava em Brasília, foi ao senado e entrou no meio de uma sessão, derrubando o guarda com seus, agora, 150 metros de orelha e apresentou sua proposta. Os senadores acharam a ideia absurda, mas, concordaram.
  Passou-se um tempo e as orelhas tinham mais de 3 quilômetros.
  No final, suas orelhas foram usadas como muralhas contra as armas da União Soviética e os Estados Unidos - parceiro do Brasil- ganhou a Guerra Fria e os feridos foram tratados com todapele que o sujeito doou e virou um salvador de guerras